Obviamente, não são os pinguins !!! Sim, tocar o dó # médio (dó#4) pode criar a situação cómica da animação, é a única posição natural da flauta onde a nota é tocada sem qualquer das chaves estar pressionada com os dedos, o tubo está totalmente livre. Tudo o que impede a flauta de rolar ou fugir da posição são os apoios, ou seja, é muito importante segurar ou pegar correctamente a flauta, a postura é metade da solução. Por essa razão, os professores de flauta insistem bastante com isto nas aulas, é melhor lutar contra um mau hábito antes de ele se instalar. É tudo uma questão de equilíbrio, relaxamento, imobilidade e firmeza sem força.
Pois é, de facto, aqui há gato.
Quando estamos a tocar o dó natural, o dedo indicador esquerdo está em contacto com a chave, criando um equilíbrio com o dedo mínimo direito que está na chave de Mi bemol (no pé da flauta), recorde que esta chave funciona mais como apoio do qualquer outra na flauta. Logo que você levanta o indicador esquerdo para tocar o do#4, eis que a flauta tende a fugir, em especial, se o aluno estiver a usar mais força sobre o instrumento. Ora, quando se começa a estudar algo de novo, estamos concretamente a aprender a dosear as forças em jogo, até à máxima economia de esforço (eutonia). Assim, não se aborreça, a solução é uma questão de tempo e repetição. O meu conselho é, sente-se, estará mais relaxado e estável. O segredo é tudo menos força, na verdade, os 3 apoios que seguram a flauta na posição transversal (a face lateral do indicador esquerdo, o polegar direito e o dedo mínimo direito) necessitam de manter entre si, exactamente, a sua relação no espaço. Imagine que tem uma barra de ferro, à imagem da flauta, os 3 apoios estão soldados à barra, por mais que se mexa, salte ou deite, a distância relativa dos 3 apoios permanece imóvel, uma vez que qualquer força excessiva num dos apoios é transferida imediatamente à barra de ferro e daí, aos outros apoios, obrigando o corpo a mexer harmoniosamente. Aquilo que você observa num bom flautista, o movimento acaba por ser uma defesa contra o desequilibro e reflexo da componente expressiva do músico. Qualquer postura rígida não permite a compensação, absorve vibração. Como sabem, tudo no universo vibra e se movimenta, você não pode produzir som de qualidade sem entrar nesta dança cósmica criativa. É claro, excesso de movimento também é mau e surge sempre que força a mais alimentar a "dança". A sua missão é evitar que isso aconteça, tanto por excesso como por défice.
Complicado?
Deixem-me tentar outra vez. A flauta rola sempre que você deixe descair demasiado as chaves para dentro ou para fora quando leva a flauta à boca. Lembre-se de alinhar a embocadura com as chaves da mão direita (linha rosa, na imagem inferior).
(ampliar pressionado tecla Ctrl + rolar a roda do rato)
Por favor, faça atenção a uma pequena coisa. Olhe o nosso ratinho aqui ao lado, evite levantar tanto a flauta, até parece que está fazendo pontaria aos pássaros (!), porque assim facilmente terá um desequilibro entre os 3 apoios, a flauta descairá naturalmente para dentro.
Nunca mexa a mão, se o que pretende é apenas levantar o dedo indicador esquerdo. Se o fizer terá um terramoto flautístico e toda a flauta sairá da sua posição. Às vezes dá jeito ter alguém a olhar-nos, é fácil que você nem dê conta das suas incorrecções, o espelho pode ajudar, mas também há o risco de aumentar a sua rigidez, simbolizada na fixidez visual e no tempo gasto nas suas tentativas.
A esta hora, já deve ter um vermelhão na face lateral do indicador esquerdo, você está a fazer muita força contra a flauta, tentando agarrá-la desesperado. Sente-se e faça pausas com frequência, evite cansar-se porque lhe será mais difícil ter noção e controlo do que está a fazer.
Muuuuuuuuuuuuuuuuuito bom!!!!! PARABÉNS PARA QUEM ESCREVEU ESSA PÁGINA!!!
ResponderEliminarp.s: amei o ratinho com a flauta em miniatura ;D