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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Escolher um professor



Depende da idade do aluno, já diziam os filósofos orientais:
... uma vez que o aluno esteja preparado, o Universo dar-lhe-à o seu mestre.


Para aprender e ser sábio, é preciso ser-se mestre e aprendiz em simultâneo:

O QUE É UM MESTRE ? - "É aquele que nos mostra o caminho por meio do qual se devem preservar certas coisas e rejeitar outras" - Dalai Lama (1996)

... e um bom discípulo? - "é aquele que sabe escolher qual o mestre a seguir".
... certamente...

Uma coisa é um professor, outra é um mestre.
A universidade e os graus académicos surgiram, no início do último milénio, para modelar e condicionar os espíritos dos estudantes, à verdade filosófico-religiosa do poder vigente (ver os vídeos do fundo). As políticas educativas actuais continuam agora a despromoção dos professores a robôs sem vontade ou espírito crítico. Imaginem os argumentos maiores que fizeram recuar Galileu, quais as catacumbas reservadas aos mestres. O mestre não se limita aos ensinamentos restritos da disciplina em causa, abre os horizontes e ajuda a relacionar factos entre si. Agarra na experiência do aprendiz e semea a informação por aí, como magia, de forma criativa, as descobertas germinam a seu tempo, desmistificando tudo aquilo que nunca se encontrará escrito noutras fontes. Gera condições de curiosidade e impacto que facilitam a memorização das experiências. Um mestre fica no coração do aprendiz, pois as pessoas morrem, o espírito não. O objectivo é fortalecer, ensinar a suave dureza da responsabilidade, nas decisões e na capacidade crítica. Uma nova consciência propõe-se ao aprendiz na mestria de ir além dos seus horizontes.

O conhecimento adquiri-se através das faculdades humanas para:
  1. Conhecer (objectivo);
  2. Crer (subjectivo);
A questão principal, nunca é saber se o mestre está correcto. O mestre é um meio, não um fim. Ele deve ser explícito, gerar condições de experimentação e incentivar à criação de objectivos pelo aprendiz. O acto de conhecer está sujeito ao erro, ou seja, a subtracção indefinível entre a crença e o objectivo (aquilo a que pessoa se propõe). Esta é a aritmética da dúvida, a necessidade da crença, surge da impossibilidade de ter certeza absoluta, a dúvida aromatiza os sonhos, à noite. A brisa dos sonhos aponta incongruências a resolver, propondo a quebra de padrões anteriores. Mais cedo ou mais tarde, uma nova consciência erguer-se-à, a bem ou a mal.

Saber é diferente de compreender. A crença cega no mestre nunca fará Sábios e "um intelectual é alguém que recebeu educação para lá da sua inteligência" (Arthur C. Clarke, 3001 - Odisseia Final), algo próximo do Especialista Sem Inteligência de Weber. Uma coisa é ouvir e seguir, outra é continuar e experimentar. A compreensão é centrípeta, o Saber é centrífugo. Já que a dúvida sempre nos assaltará, o que podemos fazer é reduzir a margem de erro. Estar perto da Verdade implica religarmo-nos com a nossa voz interior, a sua natureza e origem. Quanto mais elevadas forem as nossas metas (a finalidade ou o sentido que damos à nossa vida), maior o significado delas, mais ideias e consciência poderemos abraçar. Eis a génese de um mestre!!!

Um mestre supera o seu próprio egoísmo, dispensa a legião de seguidores e/ou piropos, nada tem a provar aos outros (o que é fácil e atreito à mentira); mas, no caminho, tem imenso a provar a si mesmo quando filtra e detecta as ilusões na construção das realidades. No silêncio do seu desenvolvimento perceptivo reflecte-se em todos os indivíduos e coisas. Vendo-se nos outros, repara em si, na minha frente está um pedaço de mim!!! Recordo o velho mandamento:
"não faças aos outros o que não desejas para ti".

Antigo ditado chinês:
  • “Atenta ao que te incomoda, descobrirás aí um mestre.”
Nas palavras de Confúcio:
  1. "Ao tratares com uma pessoa capaz de compreender os teus ensinamentos, se não o instruires, estarás a desperdiçar a pessoa ...
  2. ao tratares com uma pessoa incapaz de compreender os teus ensinamentos, se o instruires, estarás a desperdiçar o teu ensino ...
  3. um professor sábio não desperdiça nenhuma pessoa nem ensinamento algum..."
Só os mestres podem aspirar a ser incómodos, tanto pela sua presença como pela sua ausência, pois respiram pelo Todo que representam e não são mais eles próprios ...

O Mito da Caverna de Platão

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